Por Doutora Helena Damião, Professora Auxiliar da Universidade de Coimbra (FPCE) Neste século a pobreza continua a desgraçar, sem dó nem piedade, milhões e milhões de vidas. Por isso, devia ser sentida como uma vergonha por parte daqueles que a provocam e por parte de quem a tolera, praticamente todos nós. A pobreza não é "uma questão", "um assunto" "complexo": é uma vergonha social que deve também ser sentida como pessoal. E, como tal, não se resolve, com "debates", nem com "sensibilizações", resolve-se (ou, pelo menos, menoriza-se) com justiça. Pouco importa que assim seja, porque encontrámos um modo infalível de resolver este ou outro qualquer problema de consciência que nos possa assombrar: chutar "as questões", "os assuntos" "complexos", para a escola. E se pusermos nas mãos dos alunos um jogo de computador com o argumento de que estamos a preparar as novas gerações, ficamos ...