"Interiorizada em prazer, a musicalidade da palavra ouvida não mais se perderá, ainda que se altere a situação de contacto com o texto. No acto de ler, com efeito, recolhemo-nos para não sermos importunados e estamos fisicamente sós, mas com a gratificante sensação de uma solidão acompanhada. No silêncio fecundo da leitura, espreitam-nos as palavras, que soam em diferentes tonalidades e se agitam na construção de um mundo, pelo qual nos evadimos. Já não é necessário esperar por alguém, porque o gesto pertence-nos e depende apenas da nossa vontade. (...) Na aventura da palavra ouvida, ou lida, treinamos a imaginação, aprendemos a tocar com os olhos o que nos seduz, alimentamos a sensibilidade para o Belo, nele incluindo a Natureza, recolhemos experiências das situações vividas pelas personagens, estreamo-nos na convivência com o mistério, que é preciso desvendar, actos que estimularão a criatividade e ajudarão a despertar a amizade pela ciência e pela arte. O que sente o cientista ...