Hora da Poesia

"As luzes da bruma da manhã
Há os que não sentem
o apelo do transcendente
que "vivem" num lugar determinado
que não estendem o olhar para o longe
que não procuram "um país inocente".
Trabalham de olhos na terra
e não têm tempo
não sabem o sabor do sol
não conhecem os nomes
que falam de amar
não gritam, não cantam
não se despem nunca.
Não vêem as uvas em cachos verdes
na ramada, a frescura do vento
o espaço dançando aberto e cheio
de perfume de algas e de mel do favo
não vêem as luzes da bruma da manhã
pousadas nas árvores ou a boiar na água
não ouvem a vibração do mar distante
não procuram captar o nada
o centro imóvel do mundo
o secreto absoluto.
Nada sabem de eterno retorno
de formas, de palavras tão leves
que não magoam o silêncio
não se sentem nunca respirar
em uníssono com o Universo.
Cegos, Mudos, Surdos
insensíveis às presenças intocáveis
trabalham de olhos na terra
e vêem apenas os vermes, os buracos
as pedras escuras, as ervas secas
e o que está por fazer."
Obrigada Zilda pelas palavras de apreço que me deixou e que me encheram de uma comoção boa.
Comentários
E obrigada pela chamada de atenção para o blogue de Zilda Cardoso. Ando muito circunscrita à blogosfera de professores e devo a mim mesma ultrapassar isso.
Um abraço
Bom Domingo!
Um beijo miga
Obrigada Fátima por partilhares.
Beijinhos Mil =)