História e Tradição

Para quem se interessa por história e, sobretudo, por tradições culturais e regionais, aqui fica esta referência. Uma relíquia a mão perder.

Título: História da Renda de Bilros de Peniche
Autor: Mariano Calado
Edição de Autor
Ano de Edição: 2003


Renda de Bilros de Peniche, mais um livro do historiador e escritor Mariano Calado. Desta feita, o livro é uma obra de luxo, em formato álbum e com capa de cartão, com 320 páginas, com o título “História da Renda de Bilros de Peniche”.

“Escrevi este livro porque nasci no meio de rendas. Na minha casa faziam-se rendas, na casa dos vizinhos também. Um dia, um amigo meu que já faleceu, disse-me que a sua mulher, antes de morrer, me pediu para não deixar as rendas morrerem. Então comecei a pesquisar e a rabiscar o livro”
, explica o autor, acrescentando que foi com dificuldade que teve acesso às fontes necessárias, por serem escassas sobre a matéria, ainda mais as referentes às rendas de Peniche. As fontes orais revestiram-se assim de extrema importância.

Neste livro, os leitores poderão descobrir as origens da renda. Os naturais de Peniche poderão inclusive descobrir dados sobre familiares que estiveram ligados a essa arte. E, se é verdade que hoje apenas Vila do Conde e Peniche possuem esta tradição bem viva, em tempos ela espalhava-se por quase todo o litoral português, bem como por algumas localidades mais interiores. Havia rendas a serem criadas em localidades como Melgaço, Valença, Caminha, Niza, Castro Marinho, entre outras. “Em Peniche, a tradição não desapareceu. Ficou nossa. É hábito nas terras do litoral, quando se fala da pesca, referir que as mulheres entravam pelo mar dentro a acompanhar ou ajudar os maridos. Em Peniche, a mulher ficava a fazer renda”, afirma Mariano Calado.

As rendas de bilros assumem-se assim como um importante património da região que é necessário proteger e divulgar. “É preciso que as entidades apoiem fortemente as rendas, no que diz respeito à sua comercialização, na formação de mestras, que possam garantir a sua continuidade e quanto à garantia da qualidade dos produtos”, diz. Assim, este livro, na perspectiva de divulgar este artesanato, divide-se em várias temáticas, como a renda de bilros em Portugal e em Peniche, histórias e testemunhos, reconhecimento social, o desenvolvimento da actividade, a transmissão do saber, a renda nos dias de hoje, o museu de renda e as ligações ao turismo.

Mariano Calado é já um autor com várias obras publicadas, quer em temas históricos, quer em termos de ficção e poesia. Da sua bibliografia destacam-se “Peniche na História e na Lenda”, “Fortificações da Região de Peniche” e os livros de poesia “Mar de Sempre” e “Raízes de Maresia”.

In http://www.oesteonline.pt/noticias/noticia.asp?nid=3792

Notas:
(1) Para conhecer melhor o autor e a sua obra clique [aqui]
(2) Encomendas on-line de alguns livros do autor: [aqui]. Também na Fnac.

Comentários

renard disse…
Que um dia se viva uma vida "enrendilhada", em que todos os fios se "enrendilhem" num objectivo finito que é a beleza!
Com a aranha aprendámos a tecer uma teia de afectos não só para nos nutrir o corpo mas também para nos proteger das intempéries...

Um imenso beijo Fátima


Saudações tribais "aracnídeas"
Anónimo disse…
Querida Fátima:
Nao se zangue comigo. Sabe como a sua amizade me é importante. O que nao tenho é a sua sensibilidade.
Acabo de ler um poema da Isabel, que é simplesmente, FANTÁSTICO.
E dá tao bem com o nosso mal entendido: tudo sao palavras, só palavras.

Despeco-me com as palavras de Voltaire: "Amanha tudo será melhor"

Abraco-a ternamente.
Fátima André disse…
Renard, minha querida, tão bonitos e puros os teus sentimentos. Que assim seja! Prometo esforçar-me para tecer a minha parte o mais linda e perfeita possível.
:):):)
Fátima André disse…
Teresa, minha linda menina, já lhe disse que não me zango com as pessoas. Acho que todas merecem um explicação (neste caso, só por palavras). Foi isso que eu fiz ou tentei fazer. Da minha parte está tudo esclarecido. Não pense mais nisso.
Já agora um conselho - não me ponha em nenhum pedestal porque eu sou humana e também erro. E por muito que tente e me esforce às vezes também magou as pessoas que me são muito queridas. Não sou perfeita, sou "fresca", mas aspiro a uma vida (terrena) de santidade.

Hoje já é um dia melhor! (para mim vai ser enoooooooooorme e de grande responsabilidade com os exames...)
Um beijinho :)
Raul Martins disse…
Oportuna informação. Obrigado pela partilha. Já que dás a indicação da Fnac, vou aproveitar tentar encontrar os de poesia aqui em Gaia.
.
Carpe diem!

Mensagens populares deste blogue