Hora da Poesia

Um poema que dedico a todos os meus alunos. Uma nota de incentivo a serem sempre perseverantes perante qualquer obstáculo. Corram em busca dos vossos sonhos, como na "História de Fernão Capelo Gaivota"! Deixo também uma nota aos responsáveis pela educação: criem oportunidades para que todas as crianças possam descobrir a sua "vocação", quiça, voar como águias!

"O MEU MENINO PARTIU"

O meu menino partiu
triste e triste me deixou.
Foi procurar as estrelas
que o seu país lhe negou.

Transportava nos olhos as guitarras
com que o destino chora o nosso fado.
Nas mãos levava o canto-desencanto
do seu sonho traído e destroçado

O meu menino partiu
triste e só, ternura e mágoa,
deixando-me o desespero
nos meus olhos rasos de água

Albergava no peito, bem no fundo,
um luzeiro faminto de esperança
e, no silêncio com que me abraçou,
o grito do seu sonho de criança.

O meu menino partiu,
sonho e raiva de abalar.

Mas este país-silêncio
que lhe negou as estrelas
com que, menino,
sonhou poder ter para brincar,
há-de, um dia, ser rebento
feito renovo no vento
pra que possa regressar.

O meu menino partiu
mas há-de, um dia, voltar.

Mariano Calado, in Raízes de Maresia

Comentários

BC disse…
E que todos os meninos tenham as mesmas oportunidades, os mesmos sonhos, os mesmos sorrisos!
Gostei da surpresa anunciada.
As minhas gaivotas...as gaivotas do meu pai!!!
Obrigada pela partilha
Um sorriso Fátima!
Fátima André disse…
Um beijinho grande para si e para o seu pai por me terem facultado este poema lindíssimo, carregado de esperança, de sonhos e emoções. Pelos nossos meninos, pelo futuro deles. Um futuro que todos ansiamos melhor.
Anónimo disse…
Olá Fátima:
Cheguei agora a casa. Estive numa festa de família.
A mensagem do poema é a mesma do livro de Richard Bach "Die Möwe Jonathan" (História de Fernao Capelo Gaivota): confianca em obter o que se pretende.
Nunca ouvi falar do autor do poema, mas gostava de saber mais alguma coisa sobre ele.

Que coincidencia: amanha no meu blogue vai aparecer um poema sobre gavoitas. O poema nao tem a profundidade deste, é só cómico.
A minha neta Ema faz amanha 17 meses, e nesse poema diz que todas as gaivotas parecem se chamar Emma.
Uma pequena homenagem.

Hoje no "nosso" blogue traduzi o pensamento de um escritor islandes sobre poesia, que ambas tanto gostamos.

Boa noite e bons sonhos!
Raul Martins disse…
E gosto de ver gaivotas de um lado para o outro levando lindas mensagens arco-íris. É assim que também se fazem os caminhos do céu.
Carpe diem!
Fátima André disse…
Teresa,
ninguém melhor do que a filha para lhe falar do homem, do escritor... do autor do poema. Uma família de escritores. Visite o blog da "bc" e veja como em tudo o que ela escreve se respira harmonia, paz, afectos... Ele há pessoas de excepção!
Aqui fica o blog da "bc" - sletras

http://bc-beblogspotcom.blogspot.com/
Anónimo disse…
Querida Fátima:
Ontem à noite ainda fui ao blogue da "bc". Lá encontrei um poema para a mae dela, que como a minha, já está no outro mundo. Caí numa tristeza profunda. Hoje de manha mui cedo fui lá outra vez, e desatei num choro enquanto lia o belo poema.
Estou a tentar reagir, e acabo de escrever a "Cantiga das Gaivotas", uma homenagem às duas Emas: minha mae e minha neta.
Atá já, vou dar o meu comentário sobre a máxima do Pitágoras.
Fátima André disse…
Querida Teresa,
A Isabel tem uma sensibilidade indízivel. Gosto de tudo o que ela escreve, porque o faz com a pena do coração.
Obrigada por visitar a Isabel.
Um beijinho grande para si.
Fátima André disse…
Teresa,
Lembrei-me, a Isabel adora gaivotas. Eu também. Acho que ela vai gostar. Quando o postar diga-me.
:)

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