Hora da Poesia II

SALA DE ESPELHOS

Teus olhos são sóis adormecidos
Perdidos no profundo da noite
Luzeiros na procura da aurora
Que viajam sem rumo ou norte

Procuram a ironia do tempo
Os gritos que um rosto apregoa
Uma taça de ouro frio
O tempo que uma alma magoa

O teu coração conhece
Este manto de contradição
Espelho de cruel frieza
Aprisiona a real emoção

Quem és?
Para onde te leva este incerto caminhar?
De quantas Luas se fez a tua sorte?
Será a loucura que te impede o chamar?

Espelho de vil ironia
Fazes troça da bondade dos sentidos
Um rosto perdido do infinito
Perde-se na lonjura de passos perdidos

Espelho que fala à beleza
De reflectidos silêncios te vestes
És sentinela do correr do tempo
Das marcas de vidas agrestes

Recolhes a incerteza aos olhos
Cintilando em lago de mágoas
Devolves em crua verdade
Um coração de revoltas águas

Taça que se ergue e cai
Pranto sobre as cidades
Vejo expresso em teu olhar
Uma viagem de mil saudades

Feita no eterno que a lonjura desenhou
Nos raios soltos do teu cabelo
Cerro os olhos ao pensamento
Afugento o engano nesta …Sala de Espelhos…

In O Profeta

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PS: Obrigada Profeta por esta belíssima homenagem à beleza no FEMININO.

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