Grandes erros no Novo Estatuto do Aluno do Ensino Não Superior

Portas espera que Cavaco trave diploma
CDS-PP: novo estatuto do aluno é um "erro histórico"
24.10.2007 - 19h40 Lusa

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, classificou o novo estatuto do aluno, hoje aprovado na especialidade, como "um erro histórico" e deixou um apelo implícito ao Presidente da República, Cavaco Silva, para que trave o diploma.
"O CDS-PP fará o que estiver ao seu alcance para que este diploma não seja aprovado e promulgado (...) Não apenas votaremos contra, como tentaremos explicar o que está em causa e acreditamos que alguém possa travar este estatuto se vier a ser aprovado tal como está", afirmou Paulo Portas, em conferência de imprensa, no Parlamento.
Questionado se se referia a Cavaco Silva, Paulo Portas acenou afirmativamente e, sem mencionar o chefe de Estado, fez um comentário lacónico em francês ("cela va sans se dire"), alegando ser desnecessário referir o nome do Presidente.
"Não acredito que uma pessoa responsável que saiba que um sistema de ensino tem de promover o mérito e o esforço (...) possa aprovar uma disposição como esta", considerou o líder do CDS-PP.O novo estatuto do aluno do ensino básico e do secundário foi hoje aprovado na especialidade na Comissão de Educação, apenas com os votos favoráveis da maioria socialista.
CDS-PP critica regime de faltas
A principal objecção do CDS-PP ao diploma prende-se com o regime de faltas, com Paulo Portas a lamentar que "deixe de existir diferença entre faltas justificadas e injustificadas" e que os alunos deixem de poder ser retidos, como acontece actualmente, quando excedem o limite de faltas não justificadas.
"O PS considera igual, dá igual tratamento a um aluno que falta porque está doente e um aluno que falta porque faz gazeta", criticou também Paulo Portas.
"É completamente incompreensível que o primeiro-ministro ande todos os dias na televisão a dizer que o principal problema do país é a produtividade e depois o sinal que o seu Governo dá na escola é que a produtividade não interessa e a assiduidade não é relevante", disse o líder democrata-cristão.
No actual regime de faltas, explicou Portas, quando um aluno dá metade das faltas injustificadas os encarregados de educação são chamados à escola e quando excede esse limite de faltas injustificadas "ou é retido ou fica excluído".
"Na prática deixa de haver limite de faltas"
"Se este estatuto for aprovado, na prática deixa de haver limite de faltas porque não há consequência para o aluno que excede o limite de faltas. Quando não há consequência não há motivação para a assiduidade", considerou Portas.
A proposta do PS hoje aprovada prevê que os pais sejam avisados logo à primeira falta injustificada e que a escola aplique uma medida correctiva ao aluno.
Quando o aluno atinge um número de faltas (justificadas e injustificadas) correspondente a duas semanas, no 1.º ciclo do ensino básico, ou ao dobro do número de tempos lectivos semanais, por disciplina, nos restantes ciclos ou níveis de ensino, os pais ou encarregados de educação são convocados à escola.
Ainda de acordo com a proposta socialista, quando o aluno atinge um número de faltas (justificadas e injustificadas) correspondente a três semanas, no 1.º ciclo do ensino básico, ou ao triplo do número de tempos lectivos semanais, por disciplina, nos restantes ciclos ou níveis de ensino, o aluno realiza uma prova de recuperação organizada pela escola.
"Forçar a escola a passar o aluno em qualquer circunstância"
"Os deputados do CDS perguntaram o que acontece se não houver aprovação nessa prova. Ninguém conhece a consequência, isto significa forçar a escola a passar o aluno em qualquer circunstância", alertou Paulo Portas, comparando este novo estatuto "às passagens administrativas de 75".
De acordo com o artigo 22º do novo estatuto, "compete ao conselho de turma ou ao professor titular de turma definir, no âmbito dos critérios de avaliação, o tipo de prova e os efeitos decorrentes da sua realização no aproveitamento global do aluno e no seu percurso escolar".
O mesmo artigo prevê ainda que se o aluno voltar a atingir os mesmos níveis de faltas possa realizar nova prova de recuperação. "Se este regime vier a vigorar, transforma-se o professor num funcionário de recuperação e o aluno numa pessoa sobre a qual não recai o dever de ir às aulas", disse ainda Paulo Portas.

In http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1308631&idCanal=12

Comentários

O teu link, foi colocado nos dois blogues do Estremoz em debate agora como notícia, depois, vai ficar como botão, mas tenho de o executar primeiro.
Manda-me uma mensagem pelo @ dos meus blogues para ficar com o teu contacto
Fátima André disse…
Obrigada pelo cuidado e pela divulgação.
Um abraço.
Fátima André disse…
Albino
Já tentei enviar uma mensagem do teu blog, mas como de costume, não sei se seguiu com sucesso :)
Se não receberes, aqui neste espaço, clicando em ver o meu meu perfil completo, está lá um dos meus endereços de correio electrónico.
Até breve.
Anónimo disse…
Ao fundo já se chegou há muito tempo. Agora andam a escavar nos subterrâneos da anormalidade.

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